Segundo relatos de
profissionais da área contábil, a nova obrigação segue sendo uma incógnita. Seu
funcionamento, suas funções e obrigações se tornaram preocupações rotineiras.
Visando compreender estas necessidades a SCI Sistemas Contábeis promoveu um debate
sobre o sistema do eSocial. O evento contou com a participação de trinta
contabilistas e ocorreu na sede da empresa, em Blumenau.
O debate foi idealizado e
coordenado por Jení Carla Fritzke Schülter, consultora da SCI e uma das maiores
especialistas sobre o assunto no país. Jeni realizou o acompanhamento de 200
clientes do Grupo 1 na implantação das três primeiras fases do eSocial. Além
disso, participa do grupo de trabalho eSocial da Fenacon desde o início de 2014
e, a partir de 2017, passou a participar ativamente do grupo de trabalho das
empresas piloto junto ao Serpro e ao comitê Gestor do eSocial.
O encontro teve como
objetivo realizar um levantamento sobre as maiores necessidades dos
contabilistas, podendo assim incrementar os sistemas da SCI com ferramentas de
maior qualidade. Além disso, foi uma oportunidade para que os profissionais
tirassem dúvidas sobre os procedimentos da nova obrigação.
"Acompanhamos
atualmente os clientes que ingressaram no Grupo 1 do eSocial em janeiro. Agora
em julho entram os demais, cerca de 98% da nossa clientela", disse Jeni,
que acompanha o programa desde os seus primórdios. "Realizamos esse debate
com a finalidade de ouvir esses clientes que vão ingressar no Grupo 2, para
sabermos o que eles estão fazendo, pensando, de que maneira estão vendo o
eSocial e as adaptações que fizemos no sistema".
O eSocial já vêm sendo
parte da rotina de empresas que faturam acima de R$ 78 milhões (por ano) desde
janeiro. Como esta é uma realidade que foge à maioria das empresas contábeis, o
sistema segue sendo uma incógnita para os mesmos, o que mostra a importância do
debate e das eventuais melhorias nos sistemas SCI.
"Esse tipo de
encontro é muito importante pois reúne diferentes profissionais que usam o
mesmo sistema e tem as mesmas dificuldades", destacou o contabilista
Jefferson Fabiano Teodoro, da Better Contabilidade, de Blumenau. "Fiz uma
lista com muitas coisas que foram debatidas aqui e vou levar para o escritório
para uma reflexão".
Segundo Jefferson, o
papel do contabilista sofre alterações com o eSocial, aumentando a
responsabilidade do profissional, que deve identificar as necessidades do que
vai ser feito no sistema. "Temos que traduzir para o cliente o que ele
precisa fazer, dar um direcionamento", refletiu. "Participei de
diversos cursos e concordo quando dizem que é a maior mudança no departamento
pessoal. Para funcionar vamos ter que mudar a cultura dos nossos clientes,
assim como a nossa".
Para Jeni, o debate foi
de suma importância e atendeu as expectativas, destacando quais ações devem ser
realizadas para facilitar a vida dos clientes. "Precisamos disponibilizar
material, deixar as coisas bem claras no sistema", concluiu. "Era o
que imaginávamos, mas foi importante ter uma confirmação por parte dos nossos
clientes, um feedback".
Jeni destaca que as
maiores dificuldades encontradas por clientes do Grupo 1 estão na "adaptação das
ferramentas desenvolvidas no sistema, na liberação de novas versões por parte
do governo durante o processo de implantação, nas falhas de alguns processos do
ambiente do eSocial e no entendimento do processo como um todo por ele ser
online". A expectativa é que, com os clientes do Grupo 2, a situação seja
semelhante ou pior, uma vez que não há qualificação dos usuários e o número de
profissionais ingressando no sistema do governo é muito maior, podendo
congestioná-lo.
"Dos que estavam no
debate, somente 10% já fizeram algum envio de teste", destacou Jeni,
mostrando preocupação com o baixo percentual. "Quanto antes se
familiarizar com o sistema, melhor. Em julho serão muitas dúvidas, muitas
pessoas ligando em busca de atendimento. Por isso é importante esclarecer tudo
o mais rápido possível".
O primeiro passo para a
implementação do eSocial nas empresas do Grupo 2 ocorre entre 16 de julho e 31 de agosto. Nesta etapa os
contabilistas deverão cadastrar os dados referentes às empresas da qual prestam
serviços, como cadastro dos empregadores e tabelas. O descumprimento das
atividades pode reverter em penalizações.
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